O RESGATE DO FEMININO: a força da sensibilidade e ternura em homens e mulheres. A construção do masculino e do feminino é um produto cultural. Como bem observa Simone de Beauvoir: "Não se nasce mulher, torna-se mulher". Tradicionalmente, a mulher foi criada para ser boazinha e sedutora, e o homem forte e determinado. Ela é valorizada por sua aparência, ele por sua coragem e determinação. Ambos foram amputados de uma parte importante de sua identidade: ela da sua capacidade de pensar e ele de sentir. Mas a mulher não é vítima, pois é ela que cria filhos machistas. Hoje, ela oscila entre a profissional ambiciosa que "trabalha como um homem" e a menina carente que quer ser cuidada. As duas negligenciaram o princípio feminino: interioridade, relação com Deus, reconciliação com a natureza, intuição e criatividade. É preciso resgatar o projeto original de Deus que confiou aos dois a responsabilidade de cuidar da terra. A queda gerou uma luta pelo poder e o homem ganhou em função de sua superioridade física. O patriarcado oprimiu as mulheres e mutilou os homens. O mundo está à beira do colapso porque o principio feminino foi censurado nos homens e negligenciado pelas mulheres. Amélia virou a Supermulher. Acuados, os homens se refugiam no homossexualismo ou em relações superficiais: o famoso ficar. A mulher acumulou atribuições, assumindo uma dupla jornada de trabalho. O homem, destituído do trono e do papel de provedor, foi se afastando, magoado. A princesa virou bruxa! A supermulher ficou só. Perceberam que os títulos rainha do lar e herói eram armadilhas. O princípio feminino e masculino estão em cada um, homem e mulher, para um casamento interior harmonioso e frutífero. A queda foi movida pela ânsia de poder. Reconciliar-se com Deus e tornar-se discípulo é abrir mão do poder e, em troca, tornar-se apto a amar e servir (o que é antagônico ao modelo capitalista).