lembrei que coisas que causam danos irreparáveis levam nome feminino não me importei com a problemática: dei teu nome ao furacão Ancoramos nosso corpo no amor lendo Manoela. O amor da mulher, com a mulher e para a mulher que deságua e escorre para viver na escrita a beleza e a dor até o seu último dia-palavra. Não só o amor dedicado a outro ser, mas à vida, à si e ao relato fotográfico de um acontecimento onde está pulsante esse sentimento. Denotar a máxima intransitividade desse sentimento que nos move e por vezes nos para, nesse caso vindo de uma escritora, é dizer que o bloco de notas é “todinho seu”, ou seja, seus escritos transpiram amor. Quando ela se encanta ou cai junto no seu abismo; quando ela brinca ou quer viver junto dele o absurdo, quando suspira ou entrega as chaves a ele. Se o amor machuca para a poeta, vale a pena escorrer como água, dobrar seus joelhos para ele e sangrar.