A menina que fazia chover é seu primeiro romance, após transitar pela poesia, pelo conto, a crônica, o texto teatral e, nele, a autora confirma sua reconhecida capacidade literária. Constrói personagens que expressam a natureza humana em toda a sua complexidade e discorre sobre questões relacionadas ao poder, à submissão e à dolorida conquista da liberdade do ser. O cenário, que prima pela riqueza descritiva de detalhes, é permeado por aspectos do xamanismo e da umbanda, resgatados com grande sensibilidade e distribuídos adequadamente ao longo da história. O tempo consumido em pesquisas deu à Regina a tranquilidade para trabalhar o reencontro do ser com os ensinamentos baseados no ciclo da natureza e suas manifestações: sol, lua, terra, água, fogo, ar, animais, plantas, ventos. E nesse processo ela recupera para a memória social as danças, as rezas, os cantos, bem como o instrumental utilizado nos rituais de índios e negros, muitas vezes apagados no correr dos tempos. [...]