Esta obra pretende contribuir no campo limítrofe entre a Sociologia Eleitoral e o Direito Eleitoral, com a intermediação do fenômeno do coronelismo, em geral, analisado historicamente no sertão nordestino do Seridó potiguar, em particular; procurando desvendar estrutura subjacente à realidade política de ontem. A dimensão política do poder do coronelato rural desafia e instiga a curiosidade dos investigadores sociais que apresentam interpretações que se aproximam do real, mas que não conseguem apreendê-las integralmente nas suas manifestações internas e externas. Por exemplo, o mundo indecifrável do fenômeno das fraudes eleitorais, sob o manto do conflito político que requer e pede um cuidado detalhista na sua análise. Neste sentido, duas vias contribuíram significativamente para apreender o movimento histórico e empírico da questão: a via documental, principalmente a fonte do Tribunal Superior Eleitoral, com o registro dos Acórdãos das sentenças colegiadas proferidas por aquela dimensão judiciária brasileira; a via oral, com o resgate da memória social dos nordestinos do Seridó potiguar, que testemunharam de forma histórica e natural como se dava a participação política do homem do campo no processo eleitoral na dimensão do poder local no período republicano, principalmente após 1945. Além disto, e principalmente, o debate paradigmático que envolve conceitos como sistema de mediação e sistema de intermediação, coronel, cabo eleitoral, sistemas de mobilização política e articulação eleitoral, que provocam discussões estimulantes e desafiadoras ao investigador social.