A poesia de Brunno D’Almas, escrita rítmica, muitas vezes lúdica e dizendo muito na concisão, propõe a beleza da linguagem no seu sentido estético e melódico entrelaçado a temas diversos sem abrir mão da forma, possibilitando ao leitor o prazer da sonoridade e a transposição da palavra escrita para a projeção de imagens. Ora palavra anoitecida que devolve brilho aos olhos, ora metáfora de travessia feito lâmina perigosa que a coragem afia, nos oferece a certeza que a poesia, se não salva a vida, salva o minuto e nunca falha. Nos versos em cada palavra um labirinto / se escrevo me perco / se me perco me sinto, o poeta já anuncia a sua produção poética como um perder-se em palavras necessário para sentir, sejam as subjetividades e dilemas da existência com os quais nos identificamos, seja o terreno espinhoso de temas sociais dolorosos, sejam o banal e o cotidiano versificados em ironias e poemas-piadas que nos fazem rir em meio à rotina.