Contando a história de um jornalista que investiga a morte de um menino de quatro anos num conceituado hospital britânico - ao mesmo tempo em que recebe uma pasta de conteúdo misteriosíssimo - o narrador move-se pelas ruas de Londres, cidade que é descrita em suas minúcias. Guiado por um grande poder de síntese e acuidade sensorial, o plot se arma aos poucos e em sentido crescente. Melhor: valendo-se, por diversão pura, dos clichês do gênero, Grinberg alcança o nível dos melhores thrillers policiais e de suspense. Apostando alto na plasticidade, com saltos temporais e elipses precisas, tem-se um livro que se apresenta de início como um empolgante quebra-cabeças e que se conclui num painel perfeito, próprio das melhores narrativas. Ao final, há o prazer concedido pelas histórias bem-contadas. O que mais um leitor há de querer?