Tango, com violino descreve o dia a dia de Abeliano, um professor de história da arte aposentado que envelheceu "ex abrupto, no momento em que se deu conta de que poderia viajar gratuitamente nos ônibus municipais". A partir daí ele desenvolve o hábito de andar ao acaso nos coletivos da cidade, na esperança de que seu itinerário lhe revele algo inusitado. Desse modo, acaba por transformar a banalidade cotidiana em uma série de aventuras que atribuem importância a cada contato humano, a cada paisagem urbana. Alimentando-se do que vê e do que ouve, em todo ônibus que entra Abeliano vive um universo possível e fugaz, que se desfaz a cada fim de viagem para ressurgir na próxima, o que lhe possibilita "adiar o mergulho no isolamento irremediável e definitivo".