As abordagens aqui apresentadas se permitiram ampla liberdade de interpretação, mesmo porque o que consideravam vícios ou pecados podem assumir os encantos das virtudes, sem negar-lhes o valor mas sem desconhecermos os atrativos do proibido. O esforço pedagógico, levado pelos missionários e pregadores para a divulgação do cristianismo e o controle das almas, empresta aos pecados uma dimensão de grandiosidade e onipotência. Frutos do mal que se fixavam nos olhos dos homens pela presença, do diabo na arte, na literatura, na música, nas cerimônias etc. O horror ao diabo que dominava as consciências piedosas trouxe consigo o aparecimento do prazer estético com o mal. Para muitos, os pecados, por estarem tão próximos ao corpo, são ocasião de novas e inimagináveis experiências. O tempo, este sábio mestre, nos ensina que os vícios podem hoje ser uma forma de virtude. Vícios privados se transformam em instrumentos de benefícios públicos.