O poder da justiça é, no fundo, a força e a esperança que as ações justas revelam na vida das pessoas quando elas dão a cada um aquilo que é seu por direito. A justiça realiza imensos benefícios e vantagens nas vidas dos seus destinatários e até dos autores das ações justas, inclusive, toda a sociedade. Ora, o que acontece, por exemplo, quando o devedor paga ao credor aquilo que deve e tem por direito? A resposta a essa questão remete-nos, novamente, às posições ativa e passiva da ação justa. Pois, quando justamente cumprimos com o devido, o maior beneficiário é a sociedade que se nutre de grande harmonia pela boa conduta dos seus filhos. Logo, o maior objetivo que seja relevante quanto ao benefício referente à prática de ações justas é o constante alcance da harmonia social e a manutenção dos valores positivos da sociedade. Mas para que se verifiquem os demais benefícios das ações justas nas esferas jurídicas individuais dos titulares ativo e passivo de uma relação justa, é necessário que cada pessoa tenha consciência das alterações que podem causar aquilo que cada um dá ou recebe, uma vez que nenhum injusto pode cobrar justiça a ninguém que não comece por si mesmo. E tais benefícios vão desde o reforço pela confiança recíproca, da satisfação presente e futura da boa imagem das pessoas por uma prestação passada (o elemento da ação justa resolveu um problema no passado, mas atuante no presente e no futuro). Aliás, quem não gostaria de ser bem dito pelo seu povo? Quando se faz justiça, no sentido de dar ou receber aquilo que é seu por direito, mas na perspectiva de uma atribuição negativa, também pode-se ter muitos prejuízos nas esferas jurídicas das pessoas. Veja o caso da condenação de alguém (ação-crime). O condenado acaba por criar gastos ao Estado, por exemplo, dentro da prisão, gastos processuais (custas judiciais) pelas famílias com vista a uma solução do problema, a própria maçada que os conflitos judiciais criam na vida das pessoas, o manchar da honra e bom nome do condenado, o pagamento forçado da dívida (penhora, hipoteca), a dificuldade de vir a ser admitido por alguma empresa etc.