A insensatez que resultou neste O livro entre aspas vem desde 2003. Mais precisamente a partir do dia 20 de janeiro daquele ano. Foi quando Carrenho e Diogo decidiram colocar, a cada edição do PublishNews , - informativo online sobre o mercado editorial e livreiro editado por eles -, uma citação. A idéia surgiu de um editor amigo, que considerava as sucessivas edições muito parecidas. Editado pela Casa da Palavra, esta deliciosa e reveladora compilação traz diversos depoimentos, de pessoas com as mais variadas formações, que ajudam a explicar a razão da permanência do objeto livro, apesar das profecias apocalípticas de arautos das novas mídias. De Padre Antônio Vieira a Bono Vox, de Napoleão Bonaparte a um vendedor de bilhetes de loteria, de Nietzsche a um pedreiro, as frases alternam inúmeras percepções desses amantes do livro e da leitura. Impressões amorosas, pragmáticas, irônicas, que o subtítulo, de certa forma, sintetiza: O que se diz do que se lê. Frases para escritores, leitores, editores, livreiros e demais insensatos. O livro entre aspas, como se pode perceber, é uma celebração reflexiva sobre ler, escrever e trabalhar com livros. Uma das citações mais reveladoras, e não por qualquer aspecto místico, foi retirada justamente da Bíblia. Mais exatamente do Eclesiastes. Uma frase que, felizmente, aponta para o futuro e justifica plenamente o trabalho dos organizadores Carrenho e Diogo e de todos os que devotam paixão pelo livro: A produção de livros é um trabalho interminável.