As paraliturgias têm uma grande importância na pastoral do ano litúrgico, sobretudo nas celebrações do Natal e da Páscoa. Aqui prevalecem as encenações da paixão. A obra do Pe. Agnaldo já pelo título, A Páscoa de Jesus, orienta-se numa direção mais sadia e completa, contextualizando a paixão, por um lado, na vida de Jesus, por outro, na ressurreição, a cuja luz somente se pode confessar a cruz com todo seu alcance.

Além disso, recomenda-se a obra pela importância que dá à fase de preparação, baseada em experiências práticas que o autor aproveita para descrever tudo em que se deve pensar, com todas as particularidades, de maneira a assegurar o sucesso do evento. Quase metade do texto se dedica a essa preparação.

O texto em si mesmo comporta dez cenas, com uma introdução e um epílogo. Na introdução, um narrador anuncia quem é Jesus. Seguem-se três cenas sobre a vida de Jesus: "Milagres de Jesus e acolhidas às crianças", "As bem-aventuranças" e "A última ceia". Da quarta cena adiante se entra na paixão propriamente dita: oração no horto, condenação de Jesus, enforcamento de Judas, cortejo, crucifixão e morte de Jesus.

No final, as cenas da ressurreição, aparição e ascensão, com o objetivo de alegrar os corações entristecidos, animando-os para que vivam em oração, em família, em comunidade que liberta os mais pobres das injustiças. Finalmente a despedida - "Viva Jesus Ressuscitado! Vivam os discípulos e discípulas de Jesus! Viva a paz em nossa comunidade! Vivam nossas famílias! Viva a união entre as Igrejas e religiões! Viva a Campanha da Fraternidade! Viva a paz no mundo!" - marca a perspectiva do trabalho de sublinhar "a alegria transformadora e divina, porque a partir daí será possível a construção de mais céu nesta terra e será possível crer que eternizaremos nosso céu terreno na terra do céu, palco central de nossa ressurreição".