Apesar da luta por visibilidade e reconhecimento das mulheres em suas atuações, esse esforço tem sido insuficiente para que as mulheres ocupem lugares na agenda pública e sejam respeitadas em escolhas, posicionamentos, decisões e modos de ser. Tornar pública a vida da mulher jovem, estudante de escola pública e que mora na periferia é, portanto, um ato político e inspiração para esta obra, que o faz por meio de narrativas de seis jovens mulheres que, via diário autobiográfico, posicionam-se, constroem um novo mundo pela incorporação de traços do existente e colocam em cena práticas discursivas. Por meio dessas narrativas, revelam suas tramas de vida, trafegam pelos tempos da memória, criam sentidos para suas vivências, buscam, no abismo de si, novos significados para sua história. Produzem a si mesmas ao mesmo tempo que o texto as produz e, do imprevisível ou precário, buscam novas maneiras de fazer.