Precedido do Tratado da melancolia (1586) de Timothy Bright, A anatomia da melancolia é uma obra renascentista de influência medieval, um resumo epistemológico do seu tempo, que chegou a ser considerada a maior obra de todos os tempos. Nessa linha, surge a concepção medieval do homem como criatura de Deus, feito à sua imagem e semelhança, mas sujeito ao pecado, à queda, ao apequenamento essencial do ser, no entanto está submetido às regras do universo, portanto à materialidade que tanto interessa à ciência moderna. O terceiro volume, que compreende a Segunda Partição, trata das possibilidades de cura, como resposta ao caminho percorrido na Primeira Partição, partindo da separação entre modos lícitos e ilícitos aos olhos de Deus, passando por retificação os diversos tipos de melancolia.