"No lugar de ser objeto de prazer e de permitir o desenvolvimento espiritual, a literatura transformou-se em problema, complicação, objeto de temor (...). Exigida a leitura de alguns livros em vestibulares como o da Unicamp, USP, UNESP, rapidamente surgem resumos e facilitações em alguns sites para "ajudar" o estudante. Declaradamente são resumos que só servirão para quem tiver lido os livros" "E como favorecer a experiência no ato de leitura, se existe uma tendência ao engessamento, à automação das ações, e o temor do texto, da dificuldade (fantasiada) do texto, cuja dificuldade reside em sua beleza, no uso impar da linguagem?" "A experiência é feita de recolha de experiências paralelas no passado e se lança para o futuro. Mescla cansaço, despertar, luzes, cores, promessas. Disto é feita a literatura. Mas para tal é preciso estar aberto e de corpo presente, diz Eliana. E assim, ela caminha entre nuances importantes do tempo, da informação e experiência, da leitura como ato vivo, quente, que se dá no presente da leitura." "Propõe a variação, o desafio, o enfrentamento com o texto, que não é nem óbvio, nem fácil, precisando ser recriado a cada vez, quer pela vocalidade poética, quer pela leitura silenciosa, porém intensa, atenta a cada brecha, a cada percalce, vendo-os como desafios ricos a liberarem associações de sentido. A leitura é transformada em experiência estimulante e inquietante." Suzi Frankl Sperber.