Este livro é uma importante contribuição à recepção brasileira de Herbert Marcuse. Relegado pela universidade, foi considerado um filósofo "pop", destituído de rigor, simples ideólogo dos movimentos estudantis de 1968. Foi somente no fim dos anos 1990 que o autor obteve uma acolhida à altura de sua envergadura intelectual. Some-se agora a esta fortuna crítica, que se encorpa e refina nas duas últimas décadas, esta publicação de Aléxia Cruz Bretas. Escrito em prosa cuidadosa, rara de se ver e prazerosa de se ler, Do romance de artista à permanência da arte já surge como referência nos estudos frankfurtianos. Tanto por sua pesquisa documental, que valoriza textos pouco conhecidos de Marcuse, quanto pela reconstrução da coerência de sua experiência filosófica, este livro traz elementos decisivos para se atualizar o debate sobre alguns dos maiores dilemas da modernidade estética - cujos desdobramentos permanecem vivos até hoje.