Olivro parte do ponto de que todo ato de tradução envolve uma atividade de leitura de um texto numa dada língua que difere da leitura em geral porque é feita do ponto de vista de um profissional que, em vez de apenas entender o que lê ou responder/reagir ao que lê, deve enunciá-lo para outros interlocutores, tem de reconstituir/reconstruir/restituir o que lê em outra língua, e que, portanto, tem de penetrar em dois universos de discurso e colocá-los numa relação de interlocução, constituindo-se num mediador entre o autor do texto, que se dirige a um dado público que conhece, e o público do texto traduzido, ao qual o autor não pode dirigir-se diretamente.