ONDE FUI PÁSSARO ANTES DE SER GENTE Onde fui pássaro antes de ser gente assim começa este livro. Tudo indica que, num momento anterior, a Poesia aconteceu quando o Poeta foi pássaro. A distância temporal entre um estado e outro parece não existir. O que existe é uma memória atualizada. E cito: Pouso a minha face na tua mão: A piedade de um verso Dentro da chuva. É tão verdadeiro o poema quanto a imagem gerada pela lente que ele revela. Os versos de E eu era a casa são seres delicados. Respiram através do orvalho da manhã na intimidade das águas, mesmo que em (des)conhecidas palavras. Neste livro não há espaço para notas de rodapé. Os poemas são naturais. E próximos de nós. Repara / Como labora a chuva sobre a terra // Disseste-o tão próximo de mim. Não admira que em E eu era a casa todos os endereços estejam representados. Escrever poesia é seguir o voo dos pássaros, indo muito além dos próprios passos. Vai sendo raro ver como M Céu Costa. (...)