Trechos do prefácio: O texto trazido à leitura revele-se desafiador. A dinâmica da ocupação do solo urbano tem sido consagrada por uma prática reiterada de expulsão daqueles que não possuem condições financeiras de arcar com o custo derivado da localização quando este encontra-se cercado de infraestrutura e bem-estar. Ocorre que muitas das intervenções feitas para melhoria da qualidade de vida urbana são projetadas para alavancar a situação de risco ou da falta de acesso à infraestrutura da população de baixa e baixíssima renda. Na medida em que tais obras ou intervenções são feitas, há uma valorização significativa da área que deriva em aumento de custo de vida. Também se impõe uma pressão recorrente do mercado imobiliário, ávido por boas área urbanas sem que tenha a necessidade de requalificá-la por seus próprios custos. Portanto, o processo de expulsão da população urbana vulnerável derivado de melhorias urbanas é assimilado como um grande desafio não só nacional, mas também internacional. A autora ousou questionar essa relação de ação-reação como algo indissociável. Pretende demonstrar, como de fato o faz, que a mais valia resultante da melhoria de área urbana pode ser assimilada como ganho para a população que necessita do auxílio público para sua estabilização e realização de seus direitos básicos.( ) O presente estudo estrutura uma doutrina inédita a respeito do tema e deve ser leitura obrigatória por todos aqueles que trabalham com o planejamento urbano e com o direito urbanístico como um acréscimo importante para elaboração de cidades mais justas, inclusivas e sustentáveis. Daniela Campos Libório