O Cinema e seu duplo é uma síntese teórica, original e surpreendente, dos inúmeros aspectos técnicos e estéticos que se articulam na experiência histórica do cinema. Não se trata aqui de mais um compêndio de teoria ou de história do cinema, muito menos de outra estética da arte cinematográfica, mais atualizada ou completa. Neste livro, Ivan Capeller elabora uma semiótica dos dispositivos audiovisuais em que o cinema é pensado como um processo de modulação recíproca dos objetos do mundo aos signos audiovisuais do discurso, integrando todos os meios de expressão material (visuais, sonoros e verbais), disponíveis em um dado momento, à sua prática. Escritores como Kafka e Proust, bem como artistas como Ravel e Münch, são invocados a partir de filmes como O espelho, Sans soleil, A última tempestade e Bala perdida, enquanto teóricos do cinema como Deleuze e Kracauer são confrontados com o pensamento audiovisual de cineastas como Vítor Lopes, Chris Marker e Andrei Tarkovski. [...]