Quatro anos se passaram desde que Ana Paula Olivier lançou o seu primeiro livro de poesias, Infinito sobre o peito (2017). Quatro anos que fizeram o país retroceder uns cinco séculos. Quatro anos que parecem ter lançado a todos nós em uma distopia kafkiana, onde o tempo de viver é urgente e o tempo de chorar nossos mortos não nos concede descanso. Venha buscar teu livro traz o registro dessa urgência. Não temos tempo a perder. Seus poemas são certeiros. Eles nos atingem como pequenos bilhetes lançados por sobre a superfície da linguagem, bem lá de dentro de nossas quarentenas particulares. Através desses poemas, a gente sente o eco da brutalidade desses dias. Uma brutalidade feita de ausências e urgências. São as perdas que colecionamos que se poetizam nessas páginas. Perdas de amigos, de mães e pais. Perda do amor, que parece ter sumido do horizonte da nação. [...]