Neste livro, a autora cria uma trama envolvendo as surpresas, os espantos e as dores do crescimento, num tempo de instabilidade que atinge a instituição da família. Dona de um estilo elegante e linguagem fluente, que sensibiliza jovens e adultos, a festejada autora de Quarto de menina, indicada várias vezes ao Jabuti, conta neste romance a história de Helena Maria - Leninha, para os íntimos - dos cinco anos à pré-adolescência. Pais separados; mãe astróloga e pai deslumbrado. Leninha vive a decadência da classe média. Tentando manter o seu delicado equilíbrio, dividida entre o amor e as disputas judiciais dos pais, ela se agarra ao que lhe resta como memória da infância; um manequim humanizado com o nome de Matilde, uma boneca despedaçada numa briga dos pais, coisas que transforma em bens inseparáveis. Através da menina, Livia dá voz ao amadurecimento problemático e delicado dos jovens e constrói um retrato inteligente dos atuais valores da sociedade e das relações entre pais e filhos. Aos trancos, Leninha cresce, descobre a paixão e experimenta as tristezas e alegrias do cotidiano.