"Durante anos, esperei que minha vida mudasse, mas, agora, sei que era a vida que esperava que eu mudasse." Até que ponto a insatisfação com um casamento pode provocar atitudes impensadas? Em que momento a relação desanda e transforma-se em um fardo? Deve-se ser egoísta e seguir adiante? Essas são algumas questões a que Fabio Volo responde em As primeiras luzes da manhã, seu segundo romance lançado no Brasil. O livro apresenta Elena, uma mulher madura que, ao envolver-se com um companheiro de trabalho, começa a repensar o próprio casamento. Não foi apenas o romance que causou a ruptura na vida da protagonista, ele serviu apenas como o estopim de uma relação que há muito estava errada. Talvez, desde sempre. Esse é apenas o início da reflexão terna e verdadeira que Volo faz da realidade que atinge diversas pessoas nos dias de hoje. Ao longo do período em que se envolve com o amante, Elena vê surgir uma mulher madura e satisfeita com seus atos e estilo de vida, algo impensável no passado. De uma mulher tímida e recatada, ela descobre o próprio corpo e como utilizá-lo na sedução, além de perceber a alegria de viver e acordar a cada manhã e de dar valor a beleza dos mais ínfimos gestos e atos. O livro possui duas narrativas paralelas, ambas feitas pela protagonista: uma em que analisa suas atitudes no passado, contrapondo-as à sua vida atual; e outra, baseada no seu diário, quando relatava diariamente angústias e tristezas enquanto casada. Em As primeiras luzes da manhã, Fabio Volo faz o contraponto ao seu primeiro título, O tempo que eu queria, em que analisou mazelas da vida de um protagonista masculino. Agora ele exibe a sua face mais sensível ao dissecar as angústias femininas. Quem não conhece o autor, terá certeza de que o livro foi escrito por uma mulher, tamanha habilidade e conhecimento da alma feminina.