Apesar de haver diversos estudos sobre a Igreja no Brasil colonial, este trabalhou procurou trilhar um dos caminhos que ainda não foi suficiente explorado pela historiografia, analisando em grande parte a atuação e o funcionamento de cinqüenta anos do Tribunal Eclesiástico do bispado de Mariana. A religiosidade mineira setecentista apresentou traços peculiares. Foi marcada pela experiência urbana, pela proibição de ordens religiosos na capitania e pela grande presença de associações religiosas leigas, irmandades, ordens terceiras e confrarias. Também pela presença de referenciais diversos, como o intenso convívio e a interpenetração de diferentes grupos de cor e etnias, resultando em heranças religiosas e morais distintas. A Igreja utilizou-se de vários instrumentos para controlar a população e disciplinar o clero mineiro segundo os ditames de Trento, dentre eles o Juízo Eclesiástico. Este tribunal não se manteve à margem do movimento da Igreja, fazendo parte de suas transformações.