Na primeira metade do século XX, a casa, a escola e a fábrica eram os lugares sociais do consumo alimentar em larga escala em São Paulo. Técnicos e cientistas esquadrinhavam esses lugares a partir de métodos designados, naquela época e ainda hoje, de inquéritos alimentares, algumas vezes embutidos em estudos mais amplos: as pesquisas de padrão de vida. Este livro, escrito pelo historiador Jaime Rodrigues recupera esses inquéritos para analisar os primeiros passos no controle e pesquisa da alimentação popular na cidade.Desta forma, partindo do presente imediato, a alimentação popular foi o mote inicial da pesquisa deste livro. Jaime Rodrigues se debruçou sobre as cadernetas e relatórios elaborados pelos pesquisadores do governo sobre os padrões de vida dos paulistanos. E, o que deveriam ser relatórios secos, técnicos e repletos de números, mostrou-se um conjunto de comentários subjetivos sobre a maneira como os trabalhadores viviam e comiam, como eram suas casas, suas relações familiares e de vizinhança.Como as boas pesquisas históricas demonstram, os registros dos pesquisadores do governo, recuperados pelo historiador, revelam um cotidiano vibrante e polêmico.