Em Formigarra, Cigamiga, Glória Kirinus relê a velha fábula, propõe saber com sabor poético, e, ao embaralhar os nomes das antigas personagens, mescla também suas identidades, quereres e afazeres. Desde outros tempos, uma formiga que era só formiga e uma cigarra que era só cigarra se encontraram... e a gente sabe no que isso deu, não? Agora, antenadas e mais sábias, as novas gerações são formigarras e cigamigas - e andam por aí, na terra e no ar, contando histórias de outros tempos! Porque é preciso equilibrar, a cigarra continua cigana, mas também é cigamiga, sem perder a capacidade de sonhar e viver sua verve seresteira. Por sua vez, a formiga continua com garra de arrumadeira, mas não corre mais o risco de morrer de um enfarto formigante, virou também fogueteira! Pensando nessas conjugações, Glória escreveu a sua versão poética para o tema: um texto-objeto em que seja possível ser "isso e aquilo", a um só tempo, garante Peter O Sagae. As ilustrações de Ingrid Osternack revelam em seus traços uma forma original de aliar o antigo com o moderno.