A autora realiza um notável trabalho de pesquisa, quase arqueológico, de recuperação e sistematização de dados, documentos e depoimentos referentes à edição de literatura traduzida (de Agatha Christie a Marcel Proust) no período de 1930-1950 pela Editora Globo do Rio Grande do Sul, marcando profundamente a vida dos gaúchos e tornando-se 'uma referência intemporal na nossa paisagem emocional'. A atuação da Editora Globo, uma editora de província, na edição de literatura traduzida, ironicamente desprovincializou e modernizou o leitor brasileiro, tirando-o do atraso em que se encontrava, e o colocou no nível dos leitores dos países mais desenvolvidos. Um documento precioso para aqueles que amam o livro e se interessam pela sua história e pela história da leitura no Brasil.