O livro Pesquisa participativa, emancipação e (des)colonialidade apresenta-se como um conjunto de painéis que têm certa autonomia e que o leitor e a leitora poderão deslocar para configurar outra ordem, conforme a sua intencionalidade e as suas buscas. Nele se encontram elementos de metodologia e epistemologia que podem servir como ponto de partida para outras práticas de pesquisa. Há também resultados de pesquisa que trazem subsídios para as práticas pedagógicas identificadas com a educação popular e, sobretudo, para os muitos centros, núcleos ou projetos de educação popular. Na base da opção teórico-metodológica está a perspectiva de situar o conhecimento no âmbito das relações de poder que se configuram desde as heranças coloniais que constituíram os países latino-americanos e caribenhos. Partir da ótica do sul, da (des)colonialidade do saber e do poder é, para nós, uma questão de coerência na luta contra todo tipo de dependência ou subserviência. Trata-se da base epistemológica e atitude ético-política que orienta o trabalho voltado para a transformação social. O pressuposto freiriano de que a humanização e a desumanização são possibilidades reais em cada momento da história e da vida individual e coletiva integra essa base. Assim, situamos o processo de pesquisa participativa na esteira da educação popular na América Latina, buscando atualizar o conceito de emancipação nesta ótica (des)colonial.