Não existem linguagens "puras". No instante em que elas se concretizam para a elaboração de processos artísticos ou de comunicação, são sempre mestiças. Ainda bem. O cinema, que já nasceu como uma linguagem de linguagens, não foge à regra. Este livro é uma reflexão sobre o que acontece quando o cinema, este poderoso e jovem mestiço, entra em contato com outras linguagens, às vezes muito mais antigas, como o teatro, outras vezes até mais recentes, como a videoarte. Nem sempre a aproximação acontece de forma tranquila e colaborativa. Às vezes, os conflitos são inevitáveis, e os choques podem provocar intensas discussões. Contudo, é na mistura sígnica de diferentes áreas que surgem as obras mais originais e relevantes para a sociedade. Este conjunto de ensaios, escritos por professores e profissionais de Comunicação, dará ao seu leitor um rico panorama do universo audiovisual contemporâneo, analisando os seus diálogos com universos paralelos e mostrando as rupturas e os buracos negros que também podem surgir, consequência dos inevitáveis atritos linguísticos. O resultado é leitura obrigatória não somente para quem circula no meio acadêmico, mas também para qualquer usuário e consumidor de linguagens, ou seja, a totalidade dos seres humanos.