A questão central para mim e que tentarei rastrear alguns caminhos ao longo do livro é a relação que estabelecemos com o outro que levamos em nós mesmos e com o eu que o outro carrega consigo. Se só resta a relação entre diferentes perspectivas, como nos relacionamos com elas? O silêncio desconhecido está no mundo. É o som não codificado, uma mudez ligada à infância e à imaturidade da forma. Neste terceiro giro, adentramos um mundo mais habitado. Além de mim um eu falhado, informal e imaturo há outros. O cosmos é relacional, aliás, os fenômenos são postos em movimento a partir das relações. É nas encontrovérsias entre o mesmo e o outro que o sentido emerge, sempre circunstancialmente. A mudez inexprimível está em mim e também no outro. Este giro traz consigo as tentativas de comunicação na fronteira entre o conhecido e a alteridade, entre a linguagem codificada e os gestos não codificados. Quem escreve este livro? Um poeta, ansiando pelo silêncio e pela libertação da forma cansada da poética do moderno? Um manifestante dos anos 2000? Um amotinado? Um guerrilheiro contra o pensamento totalitário, contra o ego-cogito, contra a ideologia, contra o controle globalizado, contra o poder concentrado das multinacionais? Um poeta da sociedade alternativa? Poeta dos Interventores? Das Encontrovérsias? Um monge, um iaô? Um peixe camuflado? Intervenções antropofágicas convida ao pensamento em fluxos. Este livro traz a discussão de novas alternativas do pensamento contemporâneo ainda não assimiladas pelo pensamento de formação iluminista. E o efetivo e concreto gesto insurrecional do livro é o motim filosófico. O atrapalho conceitual