Com a publicação desta obra, defende-se que a alternativa ao paradigma pedagógico da instrução não é o paradigma pedagógico da aprendizagem, mas o paradigma da comunicação. Será a partir desta ideia-chave que se começa por afirmar a importância e a singularidade da Escola como um contexto educativo no mundo em que vivemos. Uma singularidade que conduz a uma reflexão específica sobre o ato de educar e de aprender, em função da qual se justifica tanto a caracterização dos três paradigmas referidos como o confronto que se estabelece entre eles, o qual está na origem da conclusão maior que, neste livro, se propõe, a de que a preocupação com o ato de aprender implica que tenhamos de cuidar de um outro modo, enquanto docentes, dos processos de comunicação e de interlocução que gerimos nas salas de aula e nas escolas. Serão, por isso, estes processos que, no último capítulo, constituem o objeto da atenção que lhes dedicamos, de forma que possamos demonstrar, por meio da reflexão sobre os dispositivos e os modos de procedimento pedagógico concretos que propomos, algumas das possibilidades que, hoje, as professoras e os professores dispõem para se assumirem, já não como instrutores ou animadores, mas como interlocutores qualificados.