O livro estuda os efeitos do modelo repressor de educação sexual sobre o casamento monogâmico. A pesquisa aponta as razões que levam algumas pessoas a continuarem casadas depois que o amor se vai. É interessante observar que, após quase 30 anos de vigência da Lei do divórcio no Brasil, muitas pessoas ainda consideram seus casamentos como indissolúveis e não admitem se divorciar quando o desejo acaba ou até mesmo quando um dos cônjuges divide suas atenções amorosas com outros/as parceiros/as. Intrigada com essa contradição já que no casamento monogâmico, para todos os efeitos, ainda prevalece a exigência legal e religiosa de fidelidade e de exclusividade sexual. Rejane Wilke resolveu investigar as evidências do fim do desejo naqueles casamentos em que o juramento até que a morte os separe é levado às últimas conseqüências, e estabeleceu as relações de causa e efeito entre des-erotização e educação repressora. Com muita espontaneidade e uma boa dose de coragem, as mulheres entrevistadas revelaram suas estratégias de convivência e sobrevivência no âmbito da relação conjugal indissolúvel, confirmando a hipótese de que o fim do desejo não representa o fim da instituição.