Ser educador não é simples! A sociedade os responsabiliza pela formação de novos cidadãos que sejam sujeitos autônomos, participativos, que estejam em consonância aos apelos das sociedades democráticas, que valorizem a diversidade cultural e os direitos individuais. Além disso, a educação é uma profissão relacional que exige pesados investimentos pessoais dos professores e dos educadores sociais para sustentar as relações educativas, pautadas na afetividade, na proximidade e na virtual horizontalidade. Esse aspecto fundamental do trabalho educativo, entretanto, não tem sua relevância reconhecida e, consequentemente, não recebe a atenção que deveria nas propostas de formação destes profissionais. Nesse sentido, é preciso analisar o corpo teórico-conceitual no campo da formação de professores e educadores sociais, reiterando que a dimensão relacional da educação é condição sine qua non para o êxito de qualquer projeto educacional. Formar-se Professor, formar-se Educador: uma leitura psicanalítica de relatos autobiográficos analisa uma experiência formativa que envolveu professores de uma escola pública e educadores sociais ligados a um projeto socioeducativo que atende adolescentes em situação de vulnerabilidade. A vivência foi baseada na abordagem do método autobiográfico e na psicanálise, que auxiliou a esclarecer os mecanismos em jogo na formação dos professores e educadores participantes. A partir do conceito de sujeito do inconsciente, que a Psicanálise apresenta, foi possível observar que professores e educadores sociais são sujeitos para além do que os métodos e técnicas de ensino podem perceber. Propostas de formação comprometidas com o resgate do sujeito e com condições mais humanizadoras, democráticas e participativas na educação, necessariamente precisam levar em consideração a complexidade do sujeito professor e do sujeito educador social para alcançar os objetivos a que se propõem.