Imagine viajar no tempo para assistir a qualquer grande show da história? Os Beatles no Shea Stadium ou no telhado da Apple Records, o Nirvana em um bar minúsculo de Seattle ou Miles Davis no lendário clube Birdland. Quem nunca pensou em poder voltar antes de 1980 e conhecer John Lennon ou sentar em uma das poucas cadeiras do café Sin-é, em Nova York, e assistir a Jeff Buckley antes da fama. Essa chance única de deslocamento temporal é o que move 30 e poucos anos e uma máquina do tempo, romance da escritora americana Mo Daviau, que elabora uma espécie de cruzamento entre Doctor Who e Alta fidelidade. O resultado é uma declaração de amor nostálgico à inocência da juventude e à esperança do que nos aguarda no futuro. Tudo começa quando Karl Bender, ex-guitarrista de sucesso indie e agora dono de bar coroa e rabugento, descobre uma fenda no tempo em seu armário, um buraco de minhoca pessoal. A partir disso, Karl e seu melhor amigo Wayne passam a viajar para shows incríveis e a compartilhar a experiência com conhecidos em troca de dinheiro. Tudo vai bem até o momento em que Wayne decide o óbvio: interferir no passado. Por engano, ele acaba voltando mais de mil anos e Karl vai precisar de ajuda técnica pra resgata-lo, já que a eletricidade é peça chave para que as viagens aconteçam. O problema acaba trazendo a personagem mais interessante da trama: Lena Geduldig, astrofísica que compartilha com Karl a adoração por Elliott Smith e aceita o desafio de tentar trazer Wayne de volta ao presente. A referência óbvia ao clássico com Michael J. Fox e seu DeLorean é só mais uma das muitas espalhadas pelo caminho. Lena e Karl engatam um romance que torna tudo ainda mais complexo e divertido, principalmente pelas mensagens que começam a chegar do futuro. A obra utiliza muito bem metáforas relativas à interferência em acontecimentos passados para levantar questões sobre o eterno descontentamento humano com o presente e a melancolia que os personagens demonstram a respeito do rumo que tomaram na vida. Karl reencontra uma ex-namorada, Lena revê sua mãe e Wayne se surpreende com a paz das tribos, uma alegoria sobre a insatisfação com as escolhas inerentes à vida adulta. O livro é uma caixa cheia de citações sobre a cultura alternativa: Galaxie 500, Sebadoh, Elvis Costello, REM, Fugazi e mais dezenas de artistas caminham pela narrativa, seja nos shows das viagens temporais afetivas ou por terem marcado a vida de todos na trama, gravados em suas tatuagens e em momentos-chave para a formação do caráter desses jovens adultos. Veículos como Mashable, NPR e The Creators Project abraçaram o romance com bastante entusiasmo, mostrando a vocação pop da obra de Mo Daviau, que conjuga universos tão díspares quanto Art Garfunkel e bandas punk de Washington.Imagine poder viajar no tempo para assistir a qualquer grande show da história: os Beatles no Shea Stadium ou no telhado da Apple Records, o Nirvana em um bar minúsculo de Seattle ou Miles Davis no lendário clube Birdland. A norte-americana Mo Daviau transformou esse desejo em realidade no engenhoso "30 e poucos anos e uma máquina do tempo", uma espécie de cruzamento entre "De volta para o futuro" e "Alta fidelidade" protagonizado por Karl e Wayne, dois amigos de meia-idade que descobrem um meio de voltar no tempo para assistir a shows incríveis, e a ganhar dinheiro com o negócio. Tudo vai bem até que Wayne decide o óbvio: interferir no passado. Afinal, quem dispensaria a chance de reescrever uma ou outra linha da própria história?Imagine poder viajar no tempo para assistir a qualquer grande show da história: os Beatles no Shea Stadium ou no telhado da Apple Records, o Nirvana em um bar minúsculo de Seattle ou Miles Davis no lendário clube Birdland. A norte-americana Mo Daviau transformou esse desejo em realidade no engenhoso "30 e poucos anos e uma máquina do tempo", uma espécie de cruzamento entre "De volta para o futuro" e "Alta fidelidade" protagonizado por Karl e Wayne, dois amigos de meia-idade que descobrem um meio de voltar no tempo para assistir a shows incríveis, e a ganhar dinheiro com o negócio. Tudo vai bem até que Wayne decide o óbvio: interferir no passado. Afinal, quem dispensaria a chance de reescrever uma ou outra linha da própria história?