A cidade, os direitos, a cultura Nos agitados e esperançosos anos 60, Henri Lefebvre publicou um livro que seguia as linhas do novo pensamento sobre o modo de ver o homem e seu mundo: O direito à cidade, que teve o prazer de introduzir na cena brasileira. À época não havia ainda uma clara consciência dos direitos culturais - por muitos então considerados supérfluos, mero desvio das "verdadeiras questões" - embora o tema já aparecesse nos documentos internacionais. Foi preciso esperar pelo final dos anos 70 para que uma segunda declaração da UNESCO sobre o assunto lhes desse visibilidade sensível e mais uma década passaria antes que a questão começasse a circular abertamente pelos seminários, conferências, simpósios, acordos. Hoje início do século XXI, os direitos culturais estão na parte mais evidente da mesa da sociedade e dos políticos e não mais apenas na dos intelectuais e ativistas. A cultura retoma o lugar que é seu.