No início do verão, Serge July me perguntou se eu considerava, entre as coisas possíveis, escrever uma coluna regular para o Libération. Hesitei, a perspectiva de uma coluna regular me assustava um pouco, depois disse a mim mesma que poderia tentar. Nós nos encontramos. Ele me disse que o que queria era uma coluna que não tratasse de notícias sobre política ou de outra ordem, mas de notícias paralelas a essas, acontecimentos que me teriam interessado e que não necessariamente haveriam sido capturados pelo noticiário habitual. O que ele queria era o seguinte: todos os dias durante um ano, não importava o tamanho, mas todos os dias. Eu disse: um ano é impossível, mas três meses, sim. Ele me disse: por que três meses? Eu disse: três meses, a duração do verão. Ele me disse: está bem, três meses, mas então todos os dias. Eu não tinha nada para fazer naquele verão e quase cedi, e depois não, tive medo, sempre aquele mesmo pânico de não dispor dos meus dias inteiros abertos ao nada. (...)