Um número alarmante de crianças, desde a mais tenra idade, são privadas do mais importante direito do ser humano: o direito ao afeto. Parece muito simples... parece banal... mas não é. Infelizmente nem todos aqueles que exercem papéis muito influentes nas relações com crianças: pais, avós, irmãos, "cuidadores", etc. sabem como exteriorizar adequadamente o carinho, o amor, os cuidados. Muitas vezes, quando ocorre a ruptura do laço conjugal, pais ou mães, responsáveis pela guarda, propõe acordos que abrangem saúde, escolaridade, atividades artísticas e esportivas, julgando que tais cuidados satisfazem as necessidades infantis. Mas o que as crianças mais querem é o colo, o abraço, a presença calorosa. Entretanto, hoje em dia os pais restringem, cada vez mais, o tempo de convivência. Os pais não estão mais disponíveis para seus filhos. O trabalho da Renata, embora dirigido ao desempenho de cuidadores de crianças, atinge a todos os que com elas convivem, por razões familiares ou por razões profissionais: médicos, professores, psicólogos, babás. O tema, embora possa parecer singelo, é revolucionário, porque os efeitos da falta de afeto são avassaladores. Os adultos tendem a dedicar cada vez menos tempo às crianças e tal fato reflete, diretamente, a insuficiência de cuidados. Tal insuficiência repercutirá na saúde física e mental, na segurança, no desempenho escolar e no futuro desempenho profissional. Consiste em elevada missão dar afeto como força dinâmica que impulsiona para o infinito. E não há como recuperar o "vácuo" da falta de amor. Como diz o poeta "... fica faltando um pedaço." Desejo que esta obra singela, escrita por uma cuidadora de crianças, seja a expressão do impulso estável e seguramente direcionado para uma nova humanidade. Iglair Teresinha Marquetto Chiamulera "Uma nova humanidade pode ser formada a partir de ações humanizadoras voltadas à rede de relacionamentos composta por profissionais da Educação Infantil, profissionais da área da Saúde, famílias em benefício da criança pequena. Muitos já pensam e agem nesse sentido... comprova-se a hipótese dos 'campos mórficos' de Rupert Sheldrake".