A fonação humana é considerada uma habilidade única que possibilita a exteriorização da linguagem, permitindo a comunicação interpessoal e desta forma favorecendo as trocas linguísticas que ampliam os conceitos e aprimoram o nosso pensamento universal. A incompetência glótica é definida como uma perda de coaptação adequada entre as pregas vocais, promovendo não somente disfonia, mas também aspiração de secreções e tosse. Vários procedimentos cirúrgicos com a finalidade de reabilitar as funções aerodinâmica e esfincteriana da glote passaram a ser desenvolvidos desde o início do século passado através da inserção de materiais heterólogos ou autólogos. No entanto, a cicatriz decorrente destas intervenções cirúrgicas sobre as pregas vocais sempre representaram para a fonação um impacto vocal negativo e muitas vezes sem opções de tratamentos efetivos. A compreensão do processo cicatricial nas pregas vocais permitiu a evolução de uma série de técnicas microcirúrgicas mais conservadoras e desta forma mais eficazes para a reabilitação fonatória. No entanto, a presença de um enxerto pode prolongar fases da cicatrização normal por causa do estímulo antigênico inflamatório e assim exacerbar a formação de cicatriz ou mesmo fibrose nas pregas vocais. Na presente obra apresenta-se os diversos métodos de correção da insuficiência glótica através da enxertia nas pregas vocais, as recentes descobertas sobre o processo cicatricial na laringe, bem como a aplicação de substâncias como a mitomicina-C com a finalidade de tornar a cicatrização menos intensa e assim obter uma melhor qualidade vocal.