Descendo a Augusta pra Consolação, de Lou da Silva, nos faz ver o encontro entre duas curiosas figuras na icônica rua paulistana: Stanley Kubrick e Fernanda Montenegro, um cineasta e uma atriz. Duas figuras que encarnam nomes estrelados ao começarem uma conversa na rua. Stanley diz que quer filmar um documentário, pois faz filmes sobre a realidade. Fernanda dá atenção ao homem e começa a contar sua história enquanto eles descem a Rua Augusta. A descida performática pela rua com paradas em bares e pontos conhecidos da região vai configurando uma outra realidade, paralela como a Rua Augusta e a Rua da Consolação, espécie de aposta na força do imaginário e das narrativas para se constituir outras maneiras de habitar a cidade. A dramaturgia de Lou da Silva é emoldurada pela narração de Fernanda à lente atenta de Stanley. Ela conta de suas três descidas na Rua Augusta: para esquecer um homem, por amor ao seu filho e por amor ao teatro. Três. Como os sinais que nos avisam que o início (...)