Na contemporaneidade, discute-se cada vez mais o papel e o lugar da memória, considerando-se, sobretudo, o privilégio da rapidez, da eficácia e da eficiência da informação, ao mesmo tempo em que se constata a célere obsolescência dos meios tecnológicos para a sua disseminação. Nesse contexto, surgem também reflexões sobre o papel das instituições ou, mais popularmente, dos "lugares de memória". Assim, arquivos, museus, centros de documentação, bibliotecas e espaços virtuais atuam na constituição, sedimentação e disseminação dessa memória. Outra vertente dessas reflexões reside na discussão sobre a possibilidade de autonomia dos indivíduos e grupos sociais organizados na construção e elaboração de suas memórias. No entanto, numa sociedade pautada pelo efêmero e pela fluidez - a modernidade "líquida" segundo Zygmunt Bauman -, as experiências passadas tendem a se tornar pouco relevantes, e a função social da memória parece ser útil apenas para o atendimento de necessidades imediatas.