Para que serve a fisiognomia de um texto? Se alguém se fizesse essa pergunta, chegaria à conclusão de que não serve para nada. A fisiognomia não é uma ciência. Trata-se de uma prática que chegou a constituir-se apenas como pseudociência. Goethe interessou-se pela forma de apresentação dessa disciplina para propor uma morfologia das plantas e uma teoria das cores. Seu objetivo era destacar o papel da subjetividade na metodologia científica e criticar uma suposta separação artificial entre ciência e arte. Considerações sobre a fisiognomia estão também disseminadas ao longo de toda a obra de Wittgenstein. Tal uso da fisiognomia nos leva a fazer perguntas que geralmente não nos fazemos e que tampouco podem ser respondidas; mas é nesse exercício que o equívoco se revela. Nesse sentido, uma fisiognomia das Investigações filosóficas revela no texto um caráter amplamente esquecido.