A aceitação da democracia racial tornou-se uma grande barreira no desvelamento e enfrentamento do racismo existente no Brasil, já que promoveu a perpetuação das desigualdades sociais que, por sua vez, são justificadas por discursos que apontam suas vítimas como as únicas responsáveis por sua marginalização, pobreza, analfabetismo, entre outras mazelas sociais. Tal ideia é, ainda, muito comum, exatamente por não haver um desnudamento do sistema racista imperante no mundo e, de modo peculiar, o racismo desenvolvido entre nós. O professor, quando presencia situações de discriminação e não a problematiza, contribui para sua naturalização e consequentemente sua reprodução. A respeito dessa ausência de um questionamento crítico sobre essa questão, assim se pronunciava Cavalleiro (1999, p. 91): [...] pode levar inúmeras crianças e adolescentes a cristalizarem aprendizagens baseadas, muitas vezes no comportamento acrítico dos adultos à sua volta. [...] O silêncio que envolve essa temática nas diversas instituições sociais favorece para que as diferenças sejam entendidas como desigualdade e o negro como sinônimo de desigual e inferior. Entendemos, seguindo a linha de raciocínio de Moore (2012, p. 233), que o racismo [...] constitui um fator majoritário no universo onde ele se sustenta emocional e historicamente, permeando todas as camadas da sociedade”, se renovando a cada instante e, nesse sentido, fizemos a seleção de alguns estudos, no intuito de situarmos o tratamento da questão racial no Brasil, no âmbito da educação, e assim reafirmarmos a pertinência do tema de estudo.