Em matéria de pensamento urbano no sentido de gerir o espaço de vida das comunidades operando para a fortuna dos lugares, os grupos mais poderosos tomaram o comando das iniciativas capazes de demonstrar a grandeza das cidades, favorecendo o sentimento de orgulho próprio. Cresceram as catedrais e os palácios comunais envolvendo o cidadão comum na convicção de que constituía parte activa na definição das linhas de crescimento do património colectivo através do debate aberto acerca do sucesso das mais importantes empresas construtivas. A experiência urbanística de quinhentos no contexto das cidades do renascimento orientou-se para a geração de zonas específicas com qualidade de novos espaços públicos através da criação de ruas largas, em geral rectilíneas e assumindo função de nova centralidade ligando praças, mas não integrando planos globais subjacentes a esses traçados parciais, em que a ideia de racionalidade submetida a regras de simetria à maneira clássica substituía a informalidade medieval preexistente.