Não se pode falar de José de Albuquerque Rocha sem associá-lo à questão democrática. No conjunto de sua obra, vê-se que é um jurista preocupado com os problemas decorrentes da experiência jurídica e seus reflexos com a democracia. Conhecemos Rochinha, como sói acontecer com o diminutivo daqueles afetivamente lembrados, às voltas com a questão da arbitragem e sua instituição, muito embora, nos bancos da faculdade, já havíamos nos deparado com a sua Teoria Geral do Processo. Naquele instante, o jurista preocupava-se com a natureza da arbitragem, enveredando-se pela corrente do negócio jurídico, à qual afirmava Rocha: O aparecimento da arbitragem como forma de solução de conflitos insere-se nesse contexto e é uma decorrência da idolatria do mercado, da privatização e da redução do Estado e do Direito. Daí a necessidade de estudá-la com atenção para podermos compreender claramente sua significação para os direitos do povo, expostos, agora mais do que nunca, a agressiva invasão dos poderes econômicos e de um poder político que se tornou escravo dos interesses privados. Para ele os problemas de natureza interessam à perspectiva jurídica, ainda que de matriz filosófica. Na ocasião tratava de nos indicar um livro de François Ost e Michel van de Kerchov, sob o título De la pyramide au réseau? Pour une théorie dialectique du droit, para fazer-nos refletir sobre as incertezas da natureza jurídica. Com efeito, encontrávamo-nos com José de Albuquerque Rocha, de tempos em tempos, em palestras e curso de extensão, até que nos aproximássemos do Professor, diante de sua generosa conduta, no Programa de Pós-graduação do Mestrado e Doutorado em Direito da Universidade de Fortaleza UNIFOR, sempre gentil e sincero no trato com o alunato.