Com “O homem que falava de Otávia de Cádiz”, o escritor peruano Alfredo Bryce Echenique dá seguimento à recriação do espírito picaresco que tanto marcou o romance seiscentista espanhol. Para confirmá-lo, basta deixar-se levar pelas páginas em que a arte de narrar mantendo o mistério, recheando-o de um irresistível e finíssimo humor, é elevada ao nível dos grandes mestres como Cervantes. De fato o peruano Martin Romaña, em suas aventuras e desventuras pela Europa — particularmente a Paris de Hemingway — delineia-se como uma espécie de Quixote moderno.