A vida dentro de uma prisão é como um livro em branco. Há inúmeras histórias surpreendentes a serem contadas, porém, acabam passando despercebidas aos olhos da sociedade, escondidas por trás dos muros de concreto. E se perdem. Quando me dei conta disto, decidi contar algumas delas. E contar a minha história, como psicóloga, a partir delas. Em meio a uma pandemia, decidi sentar-me para escrever, em isolamento social. Um alento enquanto apenas transitava de uma prisão para a outra, da minha casa para o trabalho. No final, minha história como psicóloga e como mulher, dentro de uma prisão machista e opressora, acabou se misturando com outras histórias escondidas e que precisam ser contadas. Nada é passível de mudança se permanece desconhecido.