Réus negros, jurados brancos. A reflexão que conduziu à elaboração dessa obra decorreu das inquietações de uma defensora pública com a disparidade de resultados nos julgamentos realizados pelos juízes leigos, que nem sempre pareciam se pautar exclusivamente nos fatos e provas apresentados. A íntima convicção tem sido alvo de críticas, em razão da possibilidade de reprodução de inúmeros preconceitos. É nesse contexto que o procedimento precisa ser revisto, considerando a realidade social e o racismo estrutural que a permeia. Neutralizar esses fatores é necessário, pois o silenciamento é reprodutor do racismo no sistema de justiça. Em um julgamento popular, o povo deve estar devidamente representado dentre os julgadores.