Por esta biografia podemos pressentir de algum modo as linhas-mestras do novo Pontificado. Em sintonia com as de João Paulo II, Bento XVI insiste na renovação interior dos cristãos co­mo caminho para a renovação da Igreja e do mundo. Assim, dizia, não se deve ter me­do: porque quem está nas mãos de Deus, cai sempre nas mãos de Deus. É deste modo que desaparece todo o medo e nasce a valentia de responder aos desafios do mundo de hoje. Ao observarmos a trajetória da vida de Joseph Ratzinger, das tarefas que desempenhou e do seu pensamento desde que iniciou a sua carreira de docência em teologia até que passou a ocupar o cargo de Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, parece-nos estar ouvindo um eco das palavras de João Paulo II, quando pedia no seu derradeiro livro: Le­van­tai­-vos! Vamos!. Este momento que a História atravessa não é o da desesperança, mas da coragem, da ação criadora apoiada na fé em Cristo, a única que dá ao homem a certeza de estar construindo-se a si próprio e estar construindo a sociedade na verdade que não passa e é fonte de alegria permanente.