A publicação deste livro, fato relevante para todos aqueles que se dedicam às pesquisas dos da literatura infantil e juvenil, preenche considerável lacuna nos estudos acadêmicos voltados a questões relativas à adaptação no cenário brasileiro da produção e consumo de obras dessa natureza. O livro resulta de instigante trabalho de pesquisa e trata especificamente da adaptação de A vida e as aventuras de Robinson Crusoé (1719), de Daniel Defoe, por três autores: Carlos Jansen (1885), Monteiro Lobato (1931) e Ana Maria Machado (1995). Ancorada na Estética da Recepção e na Sociologia da Leitura, a obra, dividida em duas partes, apresenta na primeira tanto a análise da recepção histórica e crítica da adaptação literária para jovens leitores como o panorama dessa produção, no período entre 1882 e 2004, com o levantamento de obras, autores, tipologia textual, coleções, séries, bibliotecas, adaptadores e editoras. Na segunda parte, recupera no primeiro capítulo elementos que, no entorno da obra, revelam aos leitores dados importantes sobre o percurso da texto original no país, sua produção e circulação, complementados por informações referentes às adaptações aqui realizadas. No segundo, trata especialmente das normas literárias e extraliterárias que a estruturam bem como os procedimentos narrativos utilizados por Jansen, Lobato e Machado, recursos que estabelecem semelhanças e diferenças entre as adaptações estudadas.