Escrito durante alguns meses no ano de 1957, no México, o texto revela um projeto poético-estético de Octavio Paz, excepcionalmente bem-sucedido, fruto de sua maturidade como homem e como poeta. À imagem e semelhança de um calendário - a gigantesca 'Piedra de Sol', estela-calendário da civilização asteca, um dos mais importantes monumentos que guarda o Museu de Antropologia da Cidade do México -, cuja ideia mesma pressupõe a repetição e cuja função é organizar num continuum mensurável pelo homem o devir temporal, o poema volta-se sobre si próprio e conjuga-se cíclica e infinitamente.