Uma das grandes emoções do magistério é perceber o florescer de um talento. Note bem: não é presenciar o talento, o que também é prazeroso, mas em outro nível; é presenciar o talento florescendo de que estou falando. Gerúndio, pois - que nem sempre é mal utilizado. O reconhecimento desta emoção é sincero e verdadeiro. Não é mero jargão de professor, nem muito menos observância de um protocolo para elaboração de prefácios. Presencio, nos últimos anos, o florescimento do talento de Lucas e de Ravi - dois muito jovens processualistas pernambucanos, de talento e coragem que impressionam. Dentre inúmeras outras, destaco duas grandes qualidades de ambos: a petulância intelectual e a disposição para a busca do conhecimento. Sempre demonstrando respeito, não temem em nadar contra a corrente, mesmo que o posicionamento por eles defendido não esteja de acordo com as lições de seus mestres - diria eu que os mestres mais próximos de ambos são Leonardo Carneiro da Cunha e Roberto Gouveia Filho, que devem estar muito orgulhosos das suas crias intelectuais. Além disso, demonstram vontade de aprender direito o Direito: leem Teoria Geral do Direito, Direito Civil, Filosofia do Direito e Direito Constitucional. Sabem que um bom processualista jamais prescinde do que se construiu de bom nos demais ramos do pensamento jurídico. A opção pela publicação de um livro avulso (desvinculado de projeto de pesquisa acadêmica como o mestrado ou doutorado), em coautoria, sobre tema tão importante, difícil, atual e polêmico (dinamização do ônus da prova no processo civil brasileiro), reforça esse dois atributos. É com enorme satisfação que apresento este trabalho; tenho certeza de que o leitor não se decepcionará com o seu conteúdo.